18 de abril de 2013

Capítulo 7 - Sol e Lua (Seu Olhar - Primeira Temporada)



Capítulo 7 - Sol e Lua

Sabe aquela tão conhecida frase “querer não é poder”?  Bom ela explicava bem a minha situação agora. Eu queria muito estar errada sobre Edward, mas quanto mais eu o olhava mais eu percebia que estava certa, afinal como alguém poderia ser tão branco como ele? Ou frio e duro? As coisas pareciam tão óbvias agora, que me achava idiota por não ter percebido antes.
Edward continuava a me encarar sem dizer nada, igual a sua família, mas pela primeira vez eu não estava me importando nem um pouco com isso, minha história era com o Edward, ou ele me contava a verdade hoje ou eu teria que ir atrás da verdade sozinha.

- Bella... – ele começou, depois de um tempo em silêncio – Temos escola agora...
- Que se dane a escola – falei raivosa, surpreendendo a mim mesma com a minha forma de falar – Eu preciso realmente conversa com você.
- Tudo bem... – suspirou cruzando os braços – O que foi?
- Não aqui – falei olhando sua família sobre o seu ombro. Não sabia como essas coisas funcionavam, mas acreditava que como as histórias antigas, eles deviam ter uma ótima audição – Quem sabe em um lugar mais reservado?
- Bella, temos aula...
- Edward! – praticamente gritei olhando diretamente para seus olhos dourados – Ou você fala comigo agora ou... Eu vou falar com o Damon – falei não conseguindo esconder o tremor de medo em minha voz ao pronunciar o nome de Damon. Edward vendo que eu estava falando sério sobre isso, concordou em falar comigo em outro lugar.
- Entra no carro – mandou apontando para o seu volvo.
- Mas e o meu carro?
- Você quer conversa ou não? – perguntou erguendo as sobrancelhas grossas. Suspirei concordando e entrando em seu carro.
Não sabia para onde ele estava me levando, só sabia que era longe, pois quando menos vi, já estávamos saindo da estrada que levava a Port Angeles e entrando em uma estrada de terra.
- Para onde estamos indo? – perguntei sendo a primeira a quebrar o silêncio constrangedor do carro.
- Você queria um lugar reservado, certo? Estamos indo para um lugar reservado – falou parecendo aborrecido, o que me deixou aborrecida. Por que ele estava irritado? A vítima da história era eu, certo?
- Vai demorar a chegarmos? – perguntei tentando evitar transparecer a minha irritação.
- Não muito – foi só o que respondeu antes de voltarmos para o mesmo silêncio de antes.
Eu não gostava desse silencio entre nós, era realmente agonizante não poder ouvir sua voz, mas hoje eu não estava me importando muito com isso, hoje eu só queria a verdade à cima de tudo.
Depois de mais uma hora de carro e uns trinta minutos andando pelo meio do mato (o que foi uma experiência realmente constrangedora), finalmente havíamos chego ao tal lugar reservado de Edward. Arfei ao ver que lugar era aquele.
Era a clareira. A mesma clareira que eu havia sonhado com o predador na noite que eu havia vindo para cá, a mesma clareira que eu havia tido aqueles sonhos nada puros com o Edward. Era a clareira dos meus sonhos...
- Como você achou esse lugar? – perguntei ainda arfante, observando as flores e árvores da clareira.
- Eu achei quando nos mudamos para cá, anos atrás...
- Eu já vi esse lugar antes... Nos meus sonhos – expliquei andando pelo lugar – Como é possível? – perguntei lhe olhando pela primeira vez – Eu sonhar com uma coisa que eu nunca vi?
- A mente do ser humano é um mistério – simplesmente falou.
- Pode ser – concordei e logo me lembrei do real motivo para eu estar aqui – Como a sua também é.
- Bella...
- Não! – o interrompi. Era o meu momento de falar, eu tinha medo que ele falasse alguma coisa e eu acabasse perdendo a coragem – É minha vez de falar, depois que eu acabar... Você pode fazer o que quiser – falei e ele só fez consentir com a cabeça. Respirei fundo antes de começar – Eu sei que você sabe como os meus pais morreram... A história real.
- Seus pais foram mortos por um animal Bella, como você mesma disse – falou parecendo tentar convencer mais a si mesmo do que a mim.
- Você sabe que não – falei tentando controlar o choro que ficou preso em minha garganta, uma coisa que sempre acontecia quando eu lembrava de meus pais – Eu não pude evitar... – falei não conseguindo encará-lo – Ele chegou tão rápido que quando eu menos vi... Eles estavam mortos – finalmente uma lágrima rolou pelo meu rosto. Senti que Edward se aproximava, mas antes que ele chegasse mais perto, eu me afastei. Respirei fundo tentando me controlar e finalmente olhei Edward - Eu sei o que você é.
- O que você quer dizer com isso?
- Você sabe muito bem o que eu quero dizer... – falei séria – Você lembra o dia que nos conhecemos? Você... Quebrou a lajota com um soco, você saiu numa velocidade sobre-humana e antes de ontem você evitou que Damon me matasse, sendo que... Eu nem sabia o porquê de ele querer me matar... – respirei fundo tentando me controlar - Você é frio como gelo, duro como mármore... Seus olhos mudam de cor... – falei e me aproximei dele, parando bem perto de seu corpo e sussurrando – Eu sei que posso esta sendo maluca, que provavelmente tudo que eu estou falando aqui é loucura, mas Edward... Eu não consigo tirar essa idéia da cabeça...
- Que idéia? – perguntou parecendo fazer muita força para falar aquilo.
- Que você... Que... – não consegui terminar, pois até para mim, o que eu diria a seguir era loucura demais – Que você é um vampiro.
Eu esperava muita coisa depois disso, esperava que ele me chamasse de doida, que risse da minha cara, ou que simplesmente virasse a cara, mas ele simplesmente olhou para baixo, com uma expressão de dor no rosto.
- E mesmo assim você decidiu vim aqui comigo... – falou e eu arfei ao ouvir a confirmação em sua voz. Edward era um vampiro... Essa era a única coisa que passava pela minha cabeça. Senti-me fraca com aquilo. Eu não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo comigo, justo comigo. Eu me sentia entrando em um livro de terror e não sabendo como sair dele. Era realmente muita coisa para a cabeça de uma simples humana... – Você esta com medo? – perguntou quebrando o silencio.
Se eu estava com medo? É claro que eu estava, mas será que o medo que eu sentia era o mesmo que ele pensava? Eu estava com medo, mas não do que ele era, mas do que isso atrapalharia nas coisas entre nós.
- Sim... – respondi e logo que eu falei isso ele se afastou – Mas talvez não da forma que você imagina.
- Como assim?
- Você deve ter percebido que você não é o primeiro vampiro que eu conheço, certo? – perguntei rindo sarcasticamente – Meus pais apesar de terem morrido cedo, me ensinaram muita coisa, a principal é... Que nem todo mundo é igual Edward... E eu sei que você não é igual ao assassino dos meus pais.
- Como você pode ter certeza?
- Porque você me salvou do Damon e agora esta aqui comigo... – falei e me aproximei mais dele, parando bem perto de seu rosto – Alguém como você jamais seria capaz de fazer algum mal Edward.
- Você não devia ter tanta certeza disso... – sussurrou.
- Por que não?
- Porque eu já matei antes, Bella – falou finalmente me olhando. Senti o chão se perde abaixo dos meus pés. Eu sabia que teria essa chance, afinal eu não era uma garotinha que ainda acreditava em contos de fadas, mas saber que o cara que você gostava era um assassino ainda era um pouco difícil.
- Isso não importa... – consegui dizer depois de respirar fundo.
- Não importa? – perguntou raivoso – Bella eu matei pessoas... Eu sou um monstro.
- Sua definição de monstro é totalmente diferente da minha.
- E qual seria a sua? – perguntou debochado.
– Existem muitas pessoas que se dizem humanas, mas no fundo são uns monstros Edward... Pode acreditar em mim, você é totalmente diferente de um monstro.
– Eu sou igual ao Damon, Bella, e eu tenho certeza que você o considera um monstro – senti os pelos da minha nuca se arrepiarem de medo só de ouvir o seu nome. Desde aquele dia na floresta, Damon tomou conta de meus sonhos, ou melhor, dos meus pesadelos. Eram extremamente horríveis os pesadelos, na maioria das vezes eu sonhava com ele matando alguém, então já deve imaginar como eu ficava, certo?
– Com o Damon é diferente – falei depois que fiquei um tempo em silencio.
–Por quê?
– Porque Damon não tenta mudar... – respondi – Bom, pelo menos o tempo que ele esta aqui, nunca o vi fazendo nada de bom – falei e gaguejei ao fazer a próxima pergunta – Foi ele que matou Michelle, não é?
– Foi – sua voz saiu um pouco engasgada. Fechei os olhos tentando controlar as lágrimas de rolarem. Apesar de eu desconfiar, ainda era um pouco difícil de aceitar.
– Por que você não tentou evitar? – fiz força para minha voz não sair como um julgamento, mas não conseguir.
– Eu tinha que proteger você...
– A mim? Por quê? – senti que ele não esperava aquela pergunta, pois de repente ele ficou hesitante.
– Damon senti um tipo de fascinação por você – falou, mas apesar de eu ser péssima mentirosa, era boa em descobrir quem mentia e Edward claramente mentia, mas como eu ainda não tinha direito nenhum de pedir nada para ele, deixei passar.
– E porque seus irmãos não tentaram?
– Eles não sabiam o que ia acontecer, pelo menos não antes de Alice ter a visão... – falou e eu arregalei os olhos com aquela informação.
– Vi-vi-são? – finalmente consegui falar – Deus, você quer dizer que ela... Prever o futuro?
– Alguns da nossa espécie têm esses... Talentos, se assim posso dizer – explicou – Alice prever o futuro, Jasper controla emoções e eu...
– Você? – perguntei tentando controlar a respiração.
– Posso ler mentes – falou dando de ombros, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo. Caramba! Foi a única coisa que eu consegui pensar antes de desabar no chão. Era muita coisa para mim, muita coisa por um dia só. Edward vampiro, Damon assassino de Michelle e agora descubro que metade de sua família tem poderes, poderes que podem ser usados contra mim... Peraí!
– Você não usou esse lance de ler mentes comigo, certo? – perguntei desesperada. Imagina se ele tivesse usado contra mim? O que ele teria ouvido... Oh meu Deus! Se ele me ouviu, com certeza deve saber que eu sonhei com ele... Oh meu pai! Isso fica cada vez pior...
– Não – respondeu sorrindo e se abaixando, até ficar sentado ao meu lado – Eu não consigo ler a sua mente.
– O que? – perguntei assustada. Ta que eu sabia que meu cérebro tinha algum defeito, não era a toa que eu arrumava tanto problema, mas chegar ao ponto de um vampiro não ser capaz de ler a minha mente era absurdo demais – Por quê?
– Eu realmente não sei... – respondeu, mas de novo eu sentia que ele mentia o que era uma bobagem, afinal porque ele mentiria sobre isso?
– Seria... Algum problema com a minha cabeça? – perguntei tentando não demonstrar o quanto aquilo me perturbava.
– Com certeza não – respondeu sorrindo. Depois disso ficamos em silencio. Eu não conseguia encará-lo, então só olhava para baixo, mexendo na grama molhada abaixo de nós.
– Quando isso começou? – perguntei quebrando o silencio que reinava naquela clareira.
– Isso? – perguntou confuso.
– Você... Se transformando em... Vampiro – falei depois de gaguejar.
– Oh... Faz muito tempo, provavelmente você não gostaria de ouvir a história - falou e eu vi que ele realmente não se sentia a vontade com aquilo, mas eu não ia desistir assim tão fácil, era a minha vez de saber de toda a história.
– Eu quero – falei com convicção lhe encarando. Ele olhou um tempo para mim, parecendo confuso, antes de dar um sorriso fraco.
– Foi em 1632... – começou e minha boca se abriu em um ó enorme ao fazer a conta mentalmente e constatar que ele tinha quase 380 anos, ele riu ao ver a minha cara – Sou velho, hein?
– Como é possível? Você tem aparência de 17...
– Quando você se transforma em um... Imortal... – falou e eu senti que ele não gostava muito do termo “vampiro” – Você paralisa naquele estado em você se encontra, sem regredi ou avançar... Quando fui transformado eu tinha 17, por isso continuou assim até hoje.
– Por quem você foi transformado? – perguntei e ele protelou antes de responder. Era visível que ele não queria que eu tivesse perguntado aquilo.
– Você diz que eu não sou um monstro Bella, mas eu já fiz coisas muito cruéis... – falou e respirou fundo antes de continuar – Eu me juntei aos Cullens há pouco tempo, antes deles eu vivia com outro clã... Os Volturi – meu corpo se arrepiou ao pronunciar desse nome, um aviso claro que eles não eram boa coisa – Os Volturi são uma das raças de vampiros mais antigas do mundo, ou se você preferir, um dos primeiros a serem criados... Aro é o líder deles e foi ele que me transformou... – ele parou franzido o cenho – Eu não me lembro muito bem quando e como ele me transformou, só lembro que era uma noite escura e molhada, e a dor da mordida era insuportável.
– Você só precisa ser mordido para... Transforma-se?
– Sim, mas... – parou parecendo pensar em uma forma melhor de se expressar – Se você sugar o sangue humano, sem morde, a saliva quando entrar em contato com o sangue vai lhe proporcionar um prazer quase inimaginável.
– Você já... Sentiu esse prazer? – perguntei corando ao falar aquilo.
– Não... – falou rindo delicadamente, mas logo ficando sério – Mas já... O proporcionei.
– Como?
– Eu disse que fiz coisas horríveis... – falou dando um sorriso cruel, que mesmo eu não querendo admitir me deu medo – Eu era jovem e não sabia que havia outra forma de vida que não fosse se alimentar do sangue humano e minha... “Família” me incentivava a fazer isso.
– Isso o que? – perguntei temerosa, já imaginando o que seria.
– Dormi com mulheres enquanto eu me alimentava delas... – falou e eu senti meu coração aperta com isso. É claro que eu imaginava que provavelmente ele já teve muitas mulheres, mas saber disso pela sua própria boca ainda me causava um ciúmes um tanto repentino – A obedecer às ordens de Aro...
– Que ordens?
– Matar aqueles que, segundo ele, não iam de acordo com as leis dos Volturi...
– Você... – comecei me forçando a continuar a falar – Ainda se alimenta de sangue... Humano?
– Não, depois que eu larguei os Volturi e encontrei os Cullens, nunca mais senti o gosto do sangue humano, agora só me alimento sangue animal... – falou e eu suspirei ao saber disso. Era bom saber que pelo menos neles eu podia confiar... – Não fiquei aliviada de saber disso Bella, mesmo assim eu ainda sou um monstro.
– Eu já disse que você não é! – falei começando a me estressar por ele ficar dizendo aquilo.
– Por que você insisti em dizer isso? – perguntou.
...*... Link Alternativo ...*...
– Porque eu jamais me apaixonaria por um monstro Edward – finalmente disse o que estava entalado em minha garganta. Abaixei os olhos, não tendo coragem de encará-lo.
– Bella... – começou, mas eu o interrompi.
– Se você for dizer que não vai dar certo é melhor nem dizer nada.
– Mas não vai dar Bella... – sussurrou e colocou um dedo em meu queixo, erguendo o meu rosto. Tremi ao senti o seu toque frio – Somos como Sol e Lua Bella, um não pode existir no mundo do outro.
– Isso é uma forma delicada de se dar um fora? – perguntei tentando controlar as lágrimas de rolarem.
– Não... – respondeu sorrindo antes de aproximar seu rosto do meu, ficando a centímetros de distancia – Essa é a forma de dizer que eu também estou apaixonado por você.
Sabe quando seu mundo parece de pernas pro ar e você se sente um grão de areia no meio de milhões de montanhas e que umas simples palavras são capazes de fazer você virar a montanha e o seu mundo se ajeitar? Era exatamente assim que eu me sentia.
Por muito tempo eu convivi com a solidão, mesmo tendo pessoas que me amavam ao meu lado, tem dores que só conseguimos superar sozinhos, pois nem sempre um abraço ou palavras de conforto ajudam. Eu era grata por ter Kate ao meu lado, mas tanto eu quanto ela sabíamos que a morte de meus pais seria sempre uma sombra que me acompanharia a cada momento. Nós duas sabíamos que às vezes, a tristeza, a dor e a perda só são superadas com o surgimento de novas pessoas, pessoas que fazem seu coração bater mais rápido, que lhe fazem acreditar que sim, o primeiro beijo pode ser eterno, que o primeiro amor não é só uma lembrança, mas sim a comprovação que o amor verdadeiro existe e que ele sempre vai estar ao seu lado, segurando a sua mão ao cair, beijando seus lábios nos momentos mais íntimos e lhe abraçando em um simples sinal de carinho. E era assim que eu me sentia com aquelas simples palavras pronunciadas por Edward.
Eu não me importava que ele fosse diferente de mim, pois as diferenças servem exatamente para isso, para serem superadas, para mostrar que o amor é maior que tudo e eu sentia que o meu amor por Edward era maior que tudo, que era grande o suficiente para eu amar o que ele foi, o que ele é e o que ele será. Por isso eu jamais seria capaz de me arrepender do que eu fiz a seguir... Joguei meus braços ao redor de seu pescoço frio e duro e lhe abracei com toda força, tentando a todo custo demonstrar com aquela ação que eu não me importava com que ele era, que a única coisa que eu queria era ficar com ele.
– Eu não me importo com nada Edward... – sussurrei ainda com os braços ao seu redor – Eu só me importo é de não ter você, de não poder conversar e tocar você... Eu só quero tê-lo ao meu lado... – Edward só foi me abraçar de volta quando eu acabei de professar essas palavras. E qual é a sensação de ter seu amado lhe abraçando? Bom, além de ser uma sensação extremamente nova para mim, era também muito prazerosa. Era incrivelmente delicioso ter seu corpo másculo contra o meu, mas não de uma forma maliciosa, mas sim a demonstração de afeto que foi conquistado pouco a pouco.
– Acho melhor irmos... – sussurrou Edward contra o meu cabelo, eu só fiz balançar a cabeça em afirmação.
A volta foi tão silenciosa quanto vinda, mas dessa vez não era aquele silencio constrangedor, mas sim o silencio de quem simplesmente apreciava a presença um do outro. Sorri pensando que tanta coisa aconteceu em um só dia: descobri que o cara que eu gostava era um vampiro; que o cara que tentou me matar também era um vampiro; que o cara que eu gostava também gostava de mim e que esse mesmo cara tinha o poder de ler a mente, mas não lia a minha por um motivo que ainda era desconhecido por mim. Ou seja, minha vida tinha dado uma volta de 180º em menos de algumas horas.
– Por que o sorriso? – perguntou quando começamos a entrar nos arredores de Forks.
– É só que é tanta coisa, entende? - expliquei – Tudo muda tão rápido, que às vezes... Tenho medo de na acompanhar essas mudanças.
– Como assim?
– Digamos que eu não esperava me apaixonar por um vampiro – falei corando absurdamente ao falar aquilo em voz alta novamente. Depois que eu disse isso ele ficou em silencio, e percebi que tinha falado o que não devia. E foi pensando no porque de ele não gostar que eu fale isso que chegamos a minha casa. Estranhei o fato de ver o carro de Kate na garagem. Será que tínhamos ficado lá tanto tempo assim?
– Eu posso fazer uma pergunta? – falei lhe olhando.
– Pode fazer...
– O que nós somos? – perguntei torcendo para que ele tirasse essa duvida – Amigos?
– Humm... – fez levantando o olhar e parecendo pensar – Acho que... Podemos dizer que somos mais do que amigos...
– Sério? – perguntei não acreditando no que ouvia e forçando o meu coração a parar de bater acelerado.
– Sim... – respondeu sorrindo delicadamente.
– Ok – foi a única coisa que eu consegui responder – Bom, acho que eu já vou...
– Tudo bem, mas tarde eu trago o seu carro – falou e eu assenti lhe dando a chave de meu carro.
– Boa noite – falei me preparando para sair do carro, mas ele falou...
– Bella?
– Sim? – perguntei me virando para ele e me surpreendendo com o seu rosto tão próximo ao meu. Arfei ao vê-lo tão próximo.
– Boa noite – falou e me deu um beijo no rosto. Não tenho que dizer que quase desmaiei com isso, certo? Saí do carro aos tropeços, ainda pasma com o seu beijo. Seus lábios eram frios e duros, mas tão lisos que pareciam cetim.
É, não dava mais para negar... Eu estava mais do que apaixonada por Edward Cullen.
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Aquele dia se passou extremamente rápido, quando eu menos vi, já era outro dia. E esse mesmo dia também se passou rápido. Apesar de eu alimentar uma pequena esperança, Edward não veio me buscar em casa de manhã, não que eu me importasse, mas seria interessante se ele fizesse isso. Agora eu estava no final da ultima aula, foi um dia cheio, apesar de ele não ter ido me buscar, no momento em que eu pus os pés na escola ele já veio para o meu lado. Não preciso dizer que quase pulei de alegria com isso, certo? Eu passei o dia com o coração quase saindo pela boca, cada vez que Edward me olhava ou falava comigo era como se um redemoinho de emoções surgisse dentro de mim. Suspirei ao lembrar como foi na hora do lanche. Sentamo-nos na mesma mesa de antes, todos olhavam para a gente, mas Edward não parecia nem perceber, pois em nenhum momento desgrudou os olhos de mim, o que me causou uma série de tons vermelhos em meu rosto. E isso só aconteceu na hora do intervalo, porque antes de eu entrar na sala de aula, ele me deu outro beijo no rosto. Praticamente desfaleci com isso. Fui tirada dos meus pensamentos com a campa soando, informando mais um fim de dia. Sorri ao imaginar que talvez ele estivesse me esperando do lado de fora, mas meu sorriso morreu ao ver que na verdade quem me esperava não era Edward, mas sim Damon.
Foi inevitável não tremer de medo ao ver Damon encostado em um dos armários com aquele seu habitual sorriso sarcástico. Sabia que não poderia evitá-lo para sempre, principalmente agora que eu já sabia de tudo, mas mesmo assim ainda era difícil aceitar que eu teria que conversar com a pessoa que tentou me matar. Olhei para o lado esquerdo, tentando enxerga através dos alunos que ainda estavam saindo da sala e vi a única pessoa que me dava segurança no momento. Edward estava em um canto afastado do corredor me olhando diretamente, era visível que seu semblante não era de alguém feliz, mas na verdade muito preocupado. Suspirei sabendo o motivo dessa preocupação. Encostei-me na parede da escola cruzando os braços e pensando. Eu podia ficar aqui e encarar Damon de frente, ou fugir como uma garotinha medrosa. E infelizmente eu estava mais inclinada a fazer a segunda opção... Não! Gritei mentalmente comigo mesma. Eu não fugiria, até porque quanto mais rápido eu enfrentasse Damon, mas rápido eu me veria livre dele, por isso esperei que o corredor estivesse parcialmente vazio e fui falar com ele.
– Isabella, mia cara, bella come sempre... – falou com o seu típico sotaque italiano.
– Damon – falei me surpreendendo com a coragem em minha voz – A gente precisa conversa.
– Estou todo a ouvidos – falou ainda sorrindo.
– Você deve ter percebido que eu já sei de tudo, certo?...
– Será? – falou me interrompendo – Acredito que você não saiba nem metade da história.
– O que você quer dizer com isso?
– Nada, só quero que saiba que não deve acreditar em tudo que ouvi Isabella...
– Eu confio em Edward – falei convicta.
– Ah eu sei, mas será que ele é a pessoa certa para você confiar? – perguntou feliz em saber que colocou uma duvida em minha cabeça. Franzi o cenho ao lembrar-me da nossa conversa na clareira e da estranha sensação de que ele estava mentindo para mim... Seria Edward capaz de mentir para mim? Balancei a cabeça me negando a pensar naquilo. Edward havia me contado a verdade sobre o que ele era, então não era meu direito duvidar dele.
– Não é sobre isso que eu vim falar com você Damon – consegui falar depois de um tempo.
– Então o que seria?
– Eu quero que você pare!              
– Parar com o que?
– Pare de matar as pessoas – falei abaixando a voz nessa hora, apesar de ter certeza que no corredor só se encontrava eu, Damon e Edward, era melhor prevenir – Eu sei que foi você que matou Michelle.
– Como pode ter certeza? – perguntou sorrindo torto e parecendo se diverti com aquilo.
– Porque eu conheço você Damon, sei que é diferente dos Cullens.
– Ah isso você esta certa, eu sou mais do que só diferente, eu sou superior a eles...
– Eu não me importo com isso – falei louca para acabar com aquela conversa – Eu só quero que você pare... Eu não sei o porquê de você esta aqui, mas se você vai ficar eu pediria que parasse.
– Relaxe Isabella, não matarei nenhum de seus graciosos humanos... – falou sarcástico e aproximou o seu rosto do meu – Mas não me responsabilize se mais um humano idiota entrar na floresta enquanto eu caço – falou mandando uma indireta para mim.
– Entendi – falei respirando fundo e pouco nervosa por sua proximidade.
– Addio Isabella – sussurrou e me deu um beijo na bochecha esquerda e de maneira totalmente vergonhosa, tremi com o seu toque. Fiquei um tempo parada, só encarando a parede em minha frente, até que senti um vento frio ao meu lado e de repente Edward aparecendo em minha frente.
– Você esta bem? – perguntou preocupado.
– Sim – consegui responder depois de respirar fundo – Ele vai parar, certo?
– Sim, como eu disse, ele gosta de você – falou e eu senti uma raiva fervilhando em sua voz. Estaria ele com ciúmes? Não pude deixar de sorri com esse pensamento.
– Esquece isso... – falei sorrindo docemente – Acho melhor a gente ir, certo?
– Espera! – falou segurando meu braço. Praticamente entrei em combustão ao sentir seu toque frio – Eu queria fazer uma coisa antes.
– O que? – perguntei voltando a ficar em sua frente. Edward ficou me encarando um tempo, sua respiração parecia bem descompensada, o que me fez imaginar que talvez ele estivesse nervoso, o que era um absurdo, afinal, porque ele ficaria nervoso?
Essa minha pergunta foi respondida no momento em que senti seus lábios frios grudados aos meus. Minha respiração pareceu ficar presa em meus pulmões quando eu finalmente fui entender o que estava acontecendo...
Deus! Eu estava beijando Edward Cullen.
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“Ser profundamente amado por alguém nos dá força; Amar alguém profundamente nos dá coragem para enfrentar um retorno ao passado, mesmo que o futuro seja algo desconhecido e inexato”
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Jack Savoretti Ft. Sienna Mille – Hate & Love (tradução)
Ódio e Amor
Você diz que nós somos diferentes
Eu sinto o mesmo
Você me diz que está indo embora
Eu estou aqui para ficar

Sol e chuva
Faça uma coisa linda

Minha força é a sua fraqueza
Meu coração é meu
Seus sprays de voz e meu silêncio
Então, nós estamos sozinhos

Sol e chuva
Faça uma coisa bonita (Ohhh..)

Tudo o que você é, é tudo que eu não sou
Noite e dia, luz e escuridão
Tudo o que eu preciso é tudo o que eu já tenho
Tudo o seu ódio e todo o seu amor

Sol e chuva
Faça uma coisa bonita (Ohhh..)

Tudo o que você é, é tudo que eu não sou
Noite e dia, luz e escuridão
Tudo o que eu preciso é tudo o que eu já tenho
Tudo o seu ódio e todo o seu amor

Sol e chuva
Faça uma coisa linda

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