Capítulo 2 - Vivendo
#Seis Meses Depois...
“Estava em lugar escuro e frio.
Sentia a minha respiração presa na garganta.
Medo. Era isso o que eu sentia.
Queria gritar, pedir ajudar, mas por entre meus lábios nada saia. Foi quando
ouvi passos se aproximando. Meu coração parou e senti um frio na espinha. O que
quer que estivesse atrás de mim não era nada bom.
Respirei fundo, engolindo em seco.
Vir-me-ei lentamente, sentindo cada batida do coração.
A minha frente encontrava-se um
lindo homem, de olhos dourados e cabelos revoltos. Um sorriso de alívio e
alegria surgiu em meus lábios. Edward finalmente havia vindo me buscar.
Ri baixinho, sentindo lágrimas se
acumularem em meus olhos. Ele estava tão lindo, seu terno preto caia
perfeitamente bem em seu corpo alto e forte. Respirei fundo dando o primeiro
passo para frente, mas ao fazer isso, Edward deu dois para trás.
Meu coração se quebrou ao vê-lo se
afastando de mim; por quê? O que eu tinha feito?
- Edward... - sussurrei correndo em
sua direção enquanto ele se afastava cada vez mais.
Por entre nós um vento frio passou
e um trovão soou no céu. Me virei para trás ao ouvir barulho de paços e senti
todo o medo e pavor se apossar de meu corpo. Meus olhos não acreditaram quando
viram quatro pessoas, com manos negros cobrindo o rosto, deixando a mostra só
os lábios cobertos de sangue. Os Volturi haviam vindo me pegar. Corri para
longe deles, procurando meu salvador entre a escuridão.
- Edward! – gritei apavorada,
sentindo a comitiva atrás de mim se aproximar mais.
Onde ele estava? Por que não me
ouvia?
Foi quando senti garras agarrarem
meus ombros e lábios frios tocarem meu pescoço...”
- Edward! – gritei acordando em meio às lágrimas.
...*...Link Alternativo...*...
Meu
corpo tinha convulsões, enquanto eu chorava de medo e desespero. Por que ele
havia me deixado? Por quê? Apoiei o rosto no joelho, forçando que todo aquele
pavor saísse de mim.
Eram
assim todas as noites nesses últimos seis meses. À distância e o tempo não me
fez amar menos o Edward, ao contrário, meu coração ainda perdia um compasso
sempre que pensava nele, mas eu sabia que era inútil. Ele havia ido embora, tão
fácil e simples, que ainda me doía pensar nisso. Eu não era especial para ele
como pensava, se fosse hoje ele estaria aqui comigo.
Mas
apesar de ele ter me deixado quando mais precisei, eu não o odiava. Deseja que
ele estivesse bem, e que um dia encontrasse a paz que tanto ansiava. E essa era
a única prova de amor que eu poderia dar para ele nesse momento; meu desejo que
nada de ruim acontecesse com ele. Seu grande coração não foi capaz de me amar,
mas o meu sim. O tempo que tivemos juntos foram os melhores da minha vida, e
apesar de hoje serem só lembranças distantes, não doíam tanto quando pensar
nele me deixando.
Eu
gostaria dizer para ele que o perdoava, que sempre lhe amaria, e que meu amor
era o suficiente para amar nós dois. No fundo no fundo esperava que ele
realmente encontrasse alguém que lhe dar-se a felicidade que eu não pude, mesmo
que isso me doesse tanto.
Abaixei
o rosto, me livrando das lágrimas e respirando fundo com a intenção de acalmar
meu coração. Lá fora a luz já nascia, denunciando o inicio de mais um dia. Limpei
o rosto banhado por lágrimas e desci da cama, me preparando para mais um dia no
meu inferno pessoal.
_______________§_______________
Após
um banho reforçado e vendo que eu finalmente estava livre das malditas
lágrimas, desci as escadas, encontrando no andar debaixo Garrett, que encarava
o nada atrás da janela.
Esse
era o nosso dia-a-dia. Eu acordava chorando, descia, ele preparava meu café e
depois ficava lá, parado como se o mundo não girasse mais. No primeiro dia que
isso aconteceu eu entrei em pânico, pois quando cheguei da escola ele ainda
estava na mesma posição. Não sabia o que fazer, pensei que ele estava em estado
de choque, mas depois ele me explicou que ficar parado fazia doer menos.
Como
eu não tinha nenhum parente vivo, ficou a responsabilidade de Garrett cuidar de
mim. No inicio não foi fácil, tanto eu quanto ele ainda estávamos debilitados
pela morte de Kate; a culpa era tão grande que eu praticamente não falava com
ele, mas após alguns meses aprendemos a conviver um com outro e hoje sinto que
ele é o único motivo para eu ainda me manter sã.
- Bom dia. – declarei entrando na cozinha e me sentando. Ao
ouvir a minha voz ele saiu de seu estado de petrificação.
- Bom dia. Passou a noite bem? – era uma pergunta estúpida,
já que ele sabia muito bem como havia sido minha noite.
- Dormi feito um vampiro. – entrei na brincadeira piscando o
olho. A piada estava exatamente no fato de vampiros não dormirem.
- Então com certeza foi uma noite ótima. – sorriu sentando
na minha frente.
Eu comia meu café da manhã em silêncio, só aproveitando a
sua presença silenciosa, quando me lembrei de algo.
- Hoje vou sair à noite, ok? É aniversário da Jéssica e eu
não posso faltar.
- Eu não sei se é uma boa ideia, Bella. – disse receoso.
- Por quê?
- Você sabe o porquê.
- Os Volturi não dão sinal há meses, não é agora que vão
começar.
- Mas é sempre bom ficar atento.
- Garrett... – respirei fundo. – Eu não saio de casa há
dias... Eu preciso disso, preciso viver um pouco... – abaixei a voz quando
disse a ultima parte. - Como você também precisa.
- Não sei do que está falando. – desconversou, desviando o
olhar.
- Você precisar sair Garrett; já se passaram seis meses...
Kate não gostaria disso.
- Kate esta morta! – praticamente gritou.
- Exatamente. Ela esta, não você. Supere.
- Como você esta fazendo com o Edward? – respirei fundo
quando ele tocou na ferida.
- Eu pelo menos estou tentando. Eu não fico presa dentro de
casa, não é? Eu estou praticamente... Bem.
- Eu ouvi você chorando hoje de manhã. Isso é estar bem?
- Isso é só um detalhe. – falei para amenizar o clima. Sorri
de canto, me levantando e pegando minha mochila. Antes de sair toquei seu
ombro. – Viva Garrett, só viva.
E sai de casa em direção à escola. Forks High School
continuava do jeito de sempre, a única diferença era que esse era meu ultimo
ano naquela minúscula instituição. Não que eu não gostasse dela, mas após tudo
o que me aconteceu, o que eu queria era me ver livre dessa cidade.
Quando sai do carro, o estacionamento foi tomado por um
burburinho e vários pares de olhos se voltaram para mim. Franzi a testa não
entendo nada; por que todos olhavam para mim? Foi quando senti um corpo quente
e pequeno se chocar com o meu.
- Bella, que bom que chegou! – suspirou aliviada Jéssica, me
abraçando.
- O que houve? Por que todos estão me encarando? – perguntei
quando me vi livre de seu abraço. Jéssica me olhou com... Pena? – Jesse o que
aconteceu?
- Humm, Bella... Eu não sei nem como te dizer isso. – mordeu
os lábios nervosa.
- Dizer o que?
- Eles voltaram Bella. Os Cullens estão em Forks.
Birdy – Be Free (Tradução)
Seja Livre
A chuva cai no chão
Tão mais forte agora que você não está por perto
Porque meu amor por você
É tão forte
Mas o seu é mesmo real?
Você disse que me amava
Mas meu coração diz que nós acabamos
Estou me sentindo triste
Mas não há nada que eu possa fazer
Você pode fazer o que quiser, baby
Porque eu estou te deixando
Você pode fazer o que quiser, baby
Porque eu estou te deixando
Você pode fazer o que quiser, baby
Porque eu estou te deixando
Deixando você
Por alguém que me amará de verdade
Você não me ama
Mas não nos deixa ficar separados
É porque você sabe
Isso quebrará seu coração
Mas o tempo todo
Você continua infeliz
Tão desesperado para ser livre
E porque eu te amo, baby
Eu preciso te deixar ser
Então seja livre
Eu te deixarei ir
Eu só disse essas coisas porque te amo muito
Então seja livre
Eu te deixarei ir
Eu sei que quando você for
Eu sentirei sua falta
Então a chuva cai no chão
Tão mais forte agora que você não está por perto
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