Capitulo 11 - Reconciliação E Separação
Adentrei
no hospital em um total estado de torpor. Ainda não entendia o que havia
acontecido; as palavras de Jacob simplesmente não faziam sentido para mim: Ele sofreu um acidente, Bella. Acidente?
Como assim? Era o que eu havia perguntado em meio à histeria. Em minha
consciência achava impossível ele sofrer algum acidente, pois quando saí da
festa ele estava completamente bem, como isso pode ter mudado tão rápido?
E
quase desmaiei quando Jacob disse que Carlisle ficou preocupado quando me viu
sair de repente, e então quase ao amanhecer, ele foi de carro até o apartamento
dos Cullens, mas um motorista bêbado ultrapassou o sinal vermelho e bateu bem
no lado do motorista onde Carlisle estava.
Era tudo culpa minha, pensei enojada. Eu fui à culpada por ele ter sofrido
o acidente. E apesar das palavras reconfortantes de Jacob, não conseguia evitar
o nojo que sentia de mim mesma.
No
hospital já se encontravam todos os Cullens, minha mãe e Charlie. Esme era
reconfortada por Alice, que lhe abraçava enquanto chorava.
-
Como ele está? – perguntei sentindo a habitual angustia no peito.
Edward
foi o único que teve coragem de me responder.
-
Ele está na sala de cirurgia agora.
-
Cirurgia?
-
O outro carro bateu em cheio o lado que ele estava, estão tentando fazer o
possível, mas... Bella... – sentir ele protelar, como se não tivesse certeza se
me contava ou não.
-
O que?
-
Carlisle perdeu muito sangue e... Isso causou um inchaço na região cerebral
dele.
-
Parai, o que você ta dizendo? Ta querendo dizer que Carlisle pode ficar em coma
é isso? Ou pior ele pode... – não consegui terminar a frase. Senti como se tudo
estivesse girando e se Jacob não tivesse me feito sentar com certeza teria
desabado no chão.
Sabia
de medicina o suficiente para saber que inchaço cerebral causava sequelas
permanentes, indo desde o funcionamento da fala ao movimento do corpo. Se a
batida tivesse acertado em uma região delicada de seu cérebro, Carlisle poderia
nunca mais sair de uma cama, isso indo da premissa que ele acordaria, pois as
chances de um coma induzido ou não eram altíssimas.
Coloquei
os cotovelos nas coxas e apoiei as mãos no rosto. Isso não podia está
acontecendo, não com Carlisle. Respirava fundo tentando segurar as lágrimas de
rolarem, quando senti Renée vim para meu lado e simplesmente me abraçar. Era
reconfortante ter sua presença ao meu lado nesse momento, pelo menos ela estava
bem.
Passaram-se
horas até que alguém veio dar noticias. Como eu esperava, a médica informou
nada do que eu já não soubesse. Carlisle ficaria em coma induzido até que o
inchaço no cérebro diminuísse e ele pudesse respirar sem os aparelhos. Graças a
Deus o baque não prejudicou nenhum ponto de seu cérebro que lhe impedisse de
falar e andar, mas apesar dessas consequências estarem descartadas, se o
inchaço não diminuísse, Carlisle poderia nunca mais acordar.
Depois
disso se passaram horas e horas de constante agonia. Na hora das visitas,
deixei Esme ir primeiro, pois percebia que seu estado era pior que o meu. Ela
não ficou muito tempo, disse que não aguenta vê-lo daquele jeito, então
preferia ficar um pouco afastada. Eu a entendia, se pudesse também não gostaria
de vê-lo naquele estado. Olhei para Jacob que estava no meu lado esquerdo e
segurei sua mão com força, pedindo apoio. Ele sorriu fracamente para mim antes
de eu levantar. Ao passar pela pelo corredor, não pude evitar lançar um olhar a
Edward; um olhar que dizia claramente que eu precisava dele.
...*...
Link Alternativo ...*...
Simple
Plan – Save You
Com
as mãos tremendo, abri a porta do quarto onde Carlisle estava e a cena que eu
vi me deixou sem chão. Carlisle estava deitado, com seus olhos fechados e por
entre sua boca e nariz estava o tubo respiratório. No seu braço o intravenoso
lhe injetava soro. O bip,bip do
aparelho me dava frio da barriga. A única coisa que me fazia respirar
normalmente era ouvir os seus batimentos cardíacos, que apesar de não estarem
muito regulares, era melhor que nada.
Respirei
fundo antes de me sentar em uma cadeira que tinha próximo a sua cama. Não sabia
muito bem o que fazer em um momento como esse. Nos livros que li, nunca
explicava muito bem como a mocinha deveria agir ao ter seu pai em uma cama de
hospital quase morto.
Suspirei
segurando sua mão delicadamente, sabendo que isso era o máximo que eu podia
fazer. Sua mão estava meio fria, mas era reconfortante sentir a pulsação do
sangue em seu pulso.
-
Você sabe que foi um idiota não é? – sussurrei com a voz engasgada por causa do
choro que eu segurava. – Você não precisava ter ido atrás de mim. Você tinha
que ter ficado com Esme, sua noiva. Você não pode ver o quanto ela está
destruída Carlisle e tudo isso por sua causa, porque você foi um completo
imbecil. – respirei fundo tentando me controlar, mas foi inútil, pois logo
senti as primeiras lágrimas rolarem pelo meu rosto. – Você não pode morrer, não
agora. Você não percebe? Você está tendo uma segunda chance Carlisle. Você está
tendo a chance de recomeçar, de ter uma nova vida, e vai estragar tudo estando
nessa merda de hospital!
Levantei
da cadeira exasperada, começando a andar de um lado para o outro. Eu sabia que
estava agindo de forma irracional, afinal ele estava desacordado, mas não
conseguia evitar ficar com raiva por ele não acordar. Estava com raiva dele,
mas principalmente de mim, por eu ser a culpada por ele está nessa situação
agora.
-
Você tem que acordar... – sussurrei deixando as lágrimas rolarem livremente. –
Eu não posso perder meu pai, não agora que eu finalmente o tenho. – fui até
ele, segurando suas mãos novamente. – Por favor, Carlisle. Acorde... Pai... Por
favor... – supliquei deixando meu rosto cair sobre sua mão e chorei por quem
sabe horas, até que alguém veio me avisar que o horário de visita tinha
acabado.
Antes
de ir, dei um beijo em seu rosto e sussurrei:
-
Fique bom logo, papai.
Saí
de lá ainda com lágrimas nos olhos. Na recepção todos ainda esperavam, mas o
único que vi foi Edward que se encontrava encostada perto da porta. Quando ele
me olhou meus soluços se tornaram mais altos e a única coisa que fiz foi correr
para seus braços acolhedores. Eu não pensava em Jacob, Lucy, em ninguém, só
queria por um momento sentir a paz que Edward na maioria das vezes me
proporcionava.
- Shiii...
Vai ficar tudo bem... – ele sussurrou contra meus cabelos antes de beijar minha
testa e me apertar mais contra ele.
Funguei
enterrando meu rosto contra seu peito, enquanto sentia ele beijar meus cabelos
em tempos em tempos.
Foram
dois dias de pura tensão e desespero. Vinte quatro horas após a cirurgia,
Carlisle teve complicações e por pouco não o perdemos. Aquele momento foi um
dos que eu nunca mais quero viver. Eu via no olhar de Esme o desespero vivo de
perder aquele que se ama.
Mas
então houve uma reviravolta. Após um tempo o inchaço cerebral começou a
diminuir e então finalmente pudemos respirar aliviados. Foi com alegria que
recebemos a notícia que Carlisle já poderia sair do coma e que logo, logo
estaria acordando.
Finalmente
as coisas estavam fincando mais calmas. Bem, pelo menos era o que eu pensava.
#Dois dias depois...
POV Jacob
Andava
pelos corredores de Dartmouth a procura de Bella. Desde a festa de noivado de
Carlisle e Esme ela vem me evitando. Não que eu a culpasse, levando em
consideração o que eu fiz, era exatamente isso que eu esperava dela. Só não
entendi como ela podia ter descoberto, afinal nem eu mesmo ainda não
compreendia o que havia acontecido naquele dia...
Flash Back On
“Saí do salão de festa chutando tudo que
via pela frente. Ainda não entendia a facilidade que Bella tinha de se enganar.
Como ela podia continuar gostando de um cara que só a faria sofrer? Ele já não
tinha provado que não a merecia?
Eu amava Bella, ela era a minha melhor
amiga, mas vê-la perder o controle por um cara que não fosse eu me deixava
possesso. Mesmo agora que estávamos juntos eu sentia que ela não estava
completamente comigo e pirou desde que ela voltou daquela maldita cabana com o
Cullen. Sentia que ela escondia algo de mim, mas era Isabella Swan, ela sempre
teria uma carta escondida na manga, só esperava que esse segredo não acabasse
mais ainda com o nosso relacionamento que estava cada vez mais em uma corda
bamba.
- Droga, Bella! – grunhi chutando a
grama embaixo dos meus pés. Puxei os cabelos com raiva, andando de um lado para
o outro.
- Quando mais cedo você aceitar, mas
fácil fica. – ouvi um sussurro atrás de mim e me virei, deparando-me com a
ex-namorada do Cullen, Lucy.
- O que você quer?
- Queria saber se você está bem. – deu
de ombros.
- O que você quis dizer com aceitar?
- Você não é idiota Jacob, sabe que
Bella nunca será recíproca aos seus sentimentos.
- Você não sabe de nada! – com raiva,
parei bem em sua frente, lhe fulminando com o olhar.
- Eu gosto do Edward, Jacob... Mas gosto
mais de mim. Será que não está na hora de você também gostar de si? – ela me
olhou com doçura antes de colocar uma mão em minha bochecha. – Todos têm o
direito de ser feliz, mas cada um tem que ir atrás de sua felicidade.
E então aquela pequena garota toucou
seus lábios com os meus em um singelo beijo. Um grunhido surgiu em meu peito
quando ela sugou meu lábio inferior antes de juntar seu corpo mais ao meu.
Fazia tanto tempo que eu não era beijado
com vontade e ardo que pude ter sido um pouco brusco na hora em que coloquei a
mão em sua nuca e a apertei mais contra mim. Sempre que Bella me beijava eu
sentia que não era exatamente aquilo que ela desejava, era claro que ela
desejava estar beijando outra pessoa. Mas Lucy com todo o seu jeito de menina
tímida tinha um calor próprio que aquecia meu corpo. Ela se entregava de corpo
e alma ao beijo, deixando seu corpo agir em vez de sua mente. Era como beijar
uma garota em um corpo de mulher.
Era tímida, mas ao mesmo tempo atrevida.
Com seu jeito único ela fez meu coração perde uma batida e me entreguei
totalmente à aquela sensação de finalmente ser desejado de coração por
alguém...”
Flash Back Off
Beijar
Lucy não foi nada do que eu imaginei. Após aquilo, é claro, eu senti remorso, mas
naquele momento a única coisa em que pensei era como queria continuar beijando
aquela garota de cabelos negros.
Mas
então tudo saiu dos trilhos e eu nunca pensei que veria minha querida Bella
passar por aquilo. Sua angustia era a minha, seu desespero era o meu.
A
culpa que ela sentia era claro em seus olhos, mesmo eu dizendo que ela não teve
nada a ver com aquilo. Mas mesmo no meu inconsciente eu sabia que o único que
ela escutaria era Edward, por isso não foi tão surpreendente a ver correndo
para os braços dele após ver seu pai. Eu queria ser o único a consola-la, mas
Bella nunca perceberia isso.
Balancei
a cabeça forçando-me a esquecer de tudo isso. Bella precisava do meu apoio
agora e não de minhas cobranças.
Foi
quando passei na frente de uma das salas da faculdade e escutei Lucy e Edward
conversando.
-
Eu tenho que contar para ela. – ouvi Edward sussurrar e sobre a fresta da porta
o vi andando de um lado para o outro.
-
Se você contar agora só vai magoa-la mais, Edward.
-
O que você quer que eu faça, Lucy? Ela vai me odiar do mais jeito, contando ou
não.
-
Bella precisa de um tempo. O pai dela acabou de sair do coma, você não espera
contar para ela algo assim e achar que ela aceite tudo bem né? Ela já passou
por muita coisa esses tempos, Edward.
-
Eu sei, eu sei, mas... É doloroso ficar perto dela e não poder tocá-la. Eu
pensei que quando a leva-se para a cabana as coisas entre nós se resolveriam.
Mas a única coisa que ela fez foi agir como se nada tivesse acontecido. Eu fiz
amor com a garota que eu amo e ela agiu como se nunca tivesse acontecido.
Abri
a porta de supetão não acreditando no que ouvia.
-
COMO É QUE É? – gritei possesso.
-
Jacob... – começou Lucy, mas a única coisa que eu via era Edward.
-
Seu desgraçado! – gritei partindo para cima dele e lhe desferindo um soco.
-
JACOB! – gritou Lucy desesperada caindo ao lado de Edward que estava jogado no
chão.
-
Fique longe dela! – foi à última coisa que disse antes de me virar e sair.
Bella
teria que me explicar muita coisa.
POV
BELLA
...*...
Link Alternativo ...*...
Stanfour
– Life Without You
Desci
as escadas do apartamento dos Cullens praticamente me arrastando. Fazia quase
quatro dias que eu não dormia. Após Carlisle acorda do coma até que tentei
relaxar, mas acho que só ficaria calma mesmo quando ele saísse daquele
hospital.
Sentei
no sofá da sala suspirando. Agora que Carlisle estava bem e fora de risco
pensei que o tormento que sentia no coração fosse sumir, mas era o contrário,
sentia aquela dor se tornar pior. Era como se algo de ruim estivesse prestes a
acontecer. Foi quando uma batida estridente na porta soou.
-
Mas que diabos?... – disse ao abrir a porta e ver aquele vulto preto passar
para dentro da casa. – Jacob? O que aconteceu?
-
Como pode Bella? Como pode fazer isso comigo? – eu via o quanto ele estava
possesso; andava de um lado para o outro espumando de raiva.
-
Jacob, o que está acontecendo? – perguntei me aproximando e tentei tocar seu
braço, quando ele se afastou de mim como se eu tivesse alguma doença. Aquilo me
magoou mais do que se ele tivesse me batido. – Jack?
-
Eu confiei em você, Bella. Sempre soube que você não me amaria por completo,
mas pensei que você teria mais caráter.
-
Jacob, agora você está me ofendendo. O que diabos eu fiz?
-
Ainda vai se fazer de sonsa Bella? O quão falsa você pode ser?
-
Jack, po-por que você está falando assim comigo?
-
Eu já sei de tudo Bella. Sei que você fez muito mais do que dormi naquela
cabana.
Pronto,
isso foi o suficiente para fazer meu mundo parar de girar. Senti meu coração
perder uma batida e lágrimas se acumularam em meus olhos. Ele sabia. Enfim a verdade que eu tanto guardei veio à tona. Minhas
mãos tremiam quando tentei tocá-lo, mas de novo ele se afastou.
-
Jack, eu... –não consegui terminar, sentindo o choro ficar preso na minha
garganta. – Sinto muito. – e então finalmente as lágrimas rolaram, e com elas
os gemidos.
-
Sente? VOCÊ SENTE? – ele gritou, fazendo-me encolher. – Você não sente nada.
Você mentiu para mim! E eu aqui, preocupado por ter beijado a Lucy, quando você
fez muito pior. Você dormiu com qualquer um como se fosse uma vagabunda!
-
NÃO FALA ASSIM! – gritei em meio às lágrimas. – Eu não fiz por mau. As coisas
saíram do controle... Eu nunca quis magoar você.
-
Nunca quis? E o que você fez agora Bella? Você acha que eu estou bem? A garota
que eu gosto me traiu!
-
Por favor, Jacob... Tente entender... – chorei caindo de joelhos em sua frente.
-
Me diz Bella. O que eu tenho que entender? – se ajoelhou na minha frente, me
encarando com aquelas granes órbitas negras.
Meu
coração doía ao ver a forma como ele me encarava; com dor, raiva, mágoa. Meu
querido Jacob jamais me olharia da mesma forma novamente.
-
Vamos Bella, diga.
Eu
sabia muito bem o que ele queria ouvir, mas não sabia se teria coragem de dizer
e vê sua dor duplicar.
-
Eu o amo Jacob... – sussurrei enfim admitindo o que já era claro há muito
tempo. – Eu não queria, mas eu amo ele.
Fechei
os olhos quando sua mão tocou meu rosto, limpando algumas lágrimas que rolavam.
-
Queria que as coisas tivessem sido diferentes, Bella... Eu teria sido perfeito
para você, juntos teríamos dado certo, se você quisesse realmente... – chorei
mais ao senti seus lábios tocarem minha testa. – Eu te amo Bella, mas entre
você e eu... Será eu. Acabou.
-
Jacob... – agarrei sua camisa, tentando fazê-lo não se afastar de mim. – Por
favor, não. Eu te amo, eu faço qualquer coisa...
-
Não Bella... – se livrou de minhas mãos, levantando e indo em direção a porta.
– Adeus Bella.
-
JACOB! – gritei, mas já era inútil; eu estava sozinha.
Apoiei
as mãos no rosto deixando um grito de dor sair pelos meus lábios.
Ele
se foi, o único que pensei que nunca me abandonaria havia ido embora. Meu
amigo, meu Jacob. Eu nunca quis magoá-lo, ele era uma das melhores pessoas que
eu conhecia, merecia algo melhor do que sofrer por mim.
Mas
em minha ânsia de protegê-lo acabei lhe magoando mais e agora eu jamais teria
meu melhor amigo de volta.
Chorei
por minutos ou horas, o tempo já não me importava mais, até que então braços quentes
e fortes me envolveram. Chorei mais ao reconhecer o cheiro acolhedor de sua
pele.
...*...
Link Alternativo ...*...
Lifehouse
– It Is What It Is
-
Eu sinto muito Bella, isso tudo é culpa minha. – sussurrou Edward me apertando
mais contra si.
Eu
sabia que a culpa não era de ninguém além de mim; eu havia machucado a pessoa
que me acolheu e me aceitou quando eu mais precisei. E o pior de tudo isso, o
que fazia eu chorar cada vez mais, era o alívio que eu senti ao ter tudo
terminado com Jacob. Sentia-me em paz por finalmente tudo ter acabado, mesmo
que isso tenha o feito sofrer.
-
A culpa é minha, eu o magoei, eu fui a culpada por essa mentira.
-
Não Bella, você não fez nada de errado, eu que fui um idiota por ter armado lhe
levar para aquela cabana e...
-
Espera, o que? – seu corpo congelou e eu me afastei dele o mais rápido
possível. – Você tá me dizendo armou tudo aquilo? Que você mentiu para mim?
-
Bella, eu...
-
Como você pode? – gritei me levantando e ficando o mais longe dele. – Eu
acreditei em você Edward; pensei... – solucei enquanto as lágrimas rolavam. –
Pensei que havia sido real.
-
E foi!
-
Como pode ter sido real se você armou tudo? Você mentiu para mim Edward...
Você... – abaixei o rosto não conseguindo encarar o homem que me machucou mais
uma vez.
-
Eu sei que você acha que eu te enganei Bella, mas eu nunca menti para você sobre o que eu sentia... – sussurrou parando
em minha frente e puxando meu queixo para cima, forçando-me a olhá-lo. – Eu te
amo Isabella Swan.
E
então seus lábios se juntaram aos meus.
Eu
estava cansada de lutar contra tudo que por um momento deixei-me levar por
aquele beijo que tinha sabor de desespero e paixão.
Edward
me beijava com delicadeza, saboreando meus lábios que estavam salgados pelas
lágrimas. Suspirei quando ele desgrudou sua boca da minha, indo beijar minhas
bochechas, olhos, têmporas. Apoiei minha cabeça em seu ombro, tentando
recuperar o ar.
-
Amanhã eu vou para Nova York... – sussurrou ele em meu ouvido. Meu coração se
apertou. Ele ia embora? – Mas eu
volto. Eu vou lhe dar esse tempo para pensar. Até logo Bella. – e beijou meus
lábios mais uma vez antes de sair pela porta, me deixando sozinha... Novamente.
........................* ........................
Não
conseguia ficar mais nenhum minuto dentro daquela casa, então fui em direção ao
único lugar que sei que teria uma pessoa que jamais me julgaria.
-
Mamãe... – sussurrei chorosa após ela abrir a porta.
-
Oh minha querida. – foi só o que disse antes de me puxar para dentro e me
acolher em seus braços amorosos.
Sentou-se
comigo no sofá e me deixou chorar tudo que queria. Não consegui segurar mais e
contei tudo para ela; sobre mim, Jacob e Edward. Contei às merdas que eu tinha
feito e a egoísta que eu tinha me transformado. E principalmente contei como me
sentia, em relação a ambos e o que eu tinha feito-os passar.
-
Mãe eu estraguei tudo. – chorei contra sua perna, onde minha cabeça repousava.
-
Você não estragou nada Bella... – sussurrou enquanto fazia carinhos em minha
cabeça. – Você sabe que não sou muito boa em dar conselhos, nunca reagi muito
bem com dramas... – riu amargamente e eu lembrei da época em que Carlisle nos
deixou. Nunca vi minha mãe sofrer tanto. – Mas entenda meu amor, pessoas
cometem erros todos os dias, é natural do ser humano; a infelicidade faz parte
do dia a dia de todos, mas são esses erros cometidos que nos farão ser pessoas
melhores. Você mentiu e magoou as pessoas que amava, mas no final você vai ver
que isso era necessário para enfim você poder ser feliz, plena e livre de
qualquer culpa.
-
Ser infeliz é tão mais fácil. – resmunguei e ela riu.
-
Se a felicidade estivesse no caminho mais fácil à vida não teria graça alguma.
Funguei
enxugando as lágrimas e levantando. Olhei para a linda mulher que era a minha
mãe e disse o que deveria ter dito há tempos.
-
Obrigada.
-
Eu que agradeço meu amor. – sussurrou me olhando com ternura. Logo um sorriso
zombeteiro surgiu em seus lábios. – A vida é muito sem graça sem seus dramas.
Ri
agradecida por ela aliviar o clima. Após isso ela me obrigou a comer algo e
finalmente consegui dormi, não tranquila, mas pela primeira vez, com a mente
limpa.
........................* ........................
Acordei
com o barulho irritante da campainha. Olhei para a janela do quarto me dando
com o sol de um novo dia.
Desci
as escadas, passando pelo quarto de minha mãe para ver se ela estava lá. Vazio.
Suspirei percebendo que talvez ela tivesse saído com Charlie. Cheguei
finalmente à porta, abrindo-a. Quem me esperava do outro lado fez meu corpo
estacar. Minhas mãos tremeram e meu coração acelerou.
-
Jared?
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